quarta-feira, 15 de junho de 2011

Síndrome metabólica e o exercício físico

Atualmente, uma das principais causas de mortalidade são as doenças cardiovasculares. Estas podem surgir nos indivíduos devido a diversos fatores de risco, como grande quantidade de gordura abdominal, baixo HDL (colesterol bom) e níveis elevados de triglicerídeos (nível de gordura no sangue), glicose e pressão sanguínea.
É diagnosticado que pelo menos três desses problemas de saúde são determinantes para o que é chamado de Síndrome Metabólica. Essa síndrome é caracterizada pela resistência à insulina, ou seja, esse hormônio não consegue exercer sua ação e o pâncreas acaba produzindo-o em excesso, visto que é necessária uma quantidade de insulina maior do que o normal para manter o metabolismo e os níveis de glicose no corpo.
Embora seja possível controlar todos esses distúrbios com medicamentos (como os "sensibilizadores da insulina" que ajudam na baixa de glicemia, os medicamentos para pressão alta e para baixar a gordura no sangue), a principal recomendação para a prevenção e até melhora da Síndrome Metabólica são os exercícios físicos. Eles são capazes de elevar a taxa metabólica de repouso da pessoa (TMR), alterar os níveis das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina, as quais têm seus níveis aumentados durante o exercício físico, elevando a taxa metabólica e a liberação de glicose e ácidos graxos livres – AGL - no sangue) e estimular a síntese protéica, auxiliando, desse modo, o combate à obesidade.
Além disso, o exercício prolongado de baixa para moderada intensidade possui como importante fonte de energia a oxidação dos AGL derivados do tecido adiposo, já que nos momentos iniciais do exercício a taxa de captação e oxidação de AGL é aumentada pelos músculos ativos, gerando uma queda na sua concentração plasmática. Outro ponto importante no que diz respeito ao metabolismo desses lipídeos é o fato de que a capacidade de transporte de AGL do tecido adiposo é influenciada pela concentração de albumina plasmática, haja vista que, durante o exercício, a concentração de AGL aumenta e a concentração de albumina plasmática permanece praticamente constante e, devido à essa diferença, algumas moléculas de AGL são encontradas não ligadas à albumina, o que contribui para reesterificação desses ácidos graxos para o tecido adiposo. Portanto, uma forma de reverter esse acúmulo na porção adiposa do corpo, é através do exercício, já que este aumenta o fluxo sanguíneo do local (um fator imprescindível para que a velocidade de entrada de AGL e glicerol na circulação aumente), ocorrendo maior captação dos AGL como fonte de energia.
Ainda no que diz respeito aos lipídeos, a prática de atividades físicas permite o aumento da partícula HDL2-c em adultos em aproximadamente 11%, o que reforça o papel do exercício físico no combate à síndrome metabólica, pois a partícula de HDL2 -c tem o papel de receptor final no processo de transporte do colesterol dos tecidos para o fígado, sendo que os indivíduos que possuem maiores níveis dela poderão ter um menor risco de doença cardiovascular. Outro benefício do exercício relacionado à dislipidemia foi demonstrado por estudiosos na comparação de indivíduos atletas com sedentários: foi verificado que a partícula LDL-c de indivíduos treinados era mais resistente à modificação oxidativa que a dos sedentários, o que é um ponto positivo visto que uma LDL-c mais resistente à oxidação pode ser menos aterogênica ( menos degenerativa nas paredes arteriais).
Constata-se que, exercitar-se com frequência é de suma importância para a queima de gordura no corpo, é arma poderosa no combate à obesidade e, por suposto, na diminuição das chances de se adquirir a Síndrome Metabólica.



Bibliografia: 


Postado por Giuliana M. Moura

3 comentários:

  1. Preciso tirar uma dúvida
    A intensidades superiores a 65% do VO2max, o lactato sanguíneo aumenta e o pH diminui, juntamente com isto a a degradação lipídica começa a ser inibida. Porque isto ocorre?

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    1. Na verdade ela não é inibida, a taxa de mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo para o plasma diminui, pois a taxa de oxidação total de gordura aumenta devido ao uso relativamente aumentado de triglicerídeos intramusculares.

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