sábado, 28 de maio de 2011

Sangue e exercício

Os exercícios físicos auxiliam na melhora da composição sanguínea regulando a glicemia, mentendo bons níveis de colesterol, combatendo a hipertensão arterial, dentre outros benefícios. A regulação da glicemia é essencial para a manutenção da homeostase (equilíbrio fisiológico) do nosso organismo. Ela ocorre de tal forma que o sistema endócrino é sinalizado para que comece a secreção de hormônios hipoglicemiante (diminui a glicemia) ou hiperglicemiante (aumenta a glicemia), de acordo com a necessidade do organismo.
Esses hormônios aumentam a glicemia através da glicogenólise (degradação do glicogênio). Dessa forma, ao realizar exercícios físicos intensos a glicose existente no músculo é convertida em lactato, que vai para a corrente sanguínea e é levado para o fígado. Lá, o lactato será convertido em piruvato, que será utilizado para sintetizar glicose através da gliconeogênese.
           Para que não ocorra hipoglicemia (queda da glicemia) durante a realização de atividades físicas intensas, a secreção de hormônios hipoglicemiantes é diminuída, enquanto a dos hormônios hiperglicemiantes é aumentada. Porém, se a quantidade de glicogênio hepático for muito baixa, a continuidade dos exercícios não permitirá que haja tempo necessário para que ocorra o ajuste endócrino (secreção dos hormônios de acordo com a necessidade do organismo), podendo resultar em um quadro de hipoglicemia.
A prática de exercícios físicos, além da quantidade de gordura corporal, também pode alterar enzimas que têm a capacidade de regular o nível de colesterol e triglicerídeos no nosso organismo. Exemplo de algumas dessas enzimas:
·        Lipoproteinolipase (LPL): destrói os triglicerídeos, aumentando os níveis de colesterol bom (HDL). Encontrados em praticantes de exercícios aeróbios.
·        Hepatolipase (HL): destrói o colesterol bom (HDL), transformando uma parte em colesterol ruim (LDL). Exercícios que necessitam de tração muscular diminuem o nível de HL, aumentando a quantidade de HDL.
·        Lecitina colesterolacil transferase (LCAT): captura o colesterol, retirando-o da parede de artérias.
Após vários estudos a respeito da relação entre exercícios físicos e colesterol, conclui-se que a prática regular de atividade física diminui a quantidade de colesterol total (HDL + LDL), sendo que a quantidade de HDL aumenta enquanto a de LDL diminui.
Por fim, o exercício físico possui um papel fundamental no combate à hipertensão arterial, uma vez que essa doença está associada a doenças como obesidade e diabetes, por exemplo.
“O exercício físico realizado regularmente provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular, com o objetivo de manter a homeostasia celular diante do incremento das demandas metabólicas. Há aumento no débito cardíaco, redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os músculos em atividade. A pressão arterial sistólica (PAS) aumenta diretamente na proporção do aumento do débito cardíaco. A pressão arterial diastólica reflete a eficiência do mecanismo vasodilatador local dos músculos em atividade, que é tanto maior quanto maior for a densidade capilar local. A vasodilatação do músculo esquelético diminui a resistência periférica ao fluxo sanguíneo e a vasoconstrição concomitante que ocorre em tecidos não exercitados induzida simpaticamente compensa a vasodilatação.
Conseqüentemente, a resistência total ao fluxo sanguíneo cai drasticamente quando o exercício começa, alcançando um mínimo ao redor de 75% do VO2 máximo. Os níveis tensionais elevam-se durante o exercício físico e no esforço predominantemente estático, tendo já sido constatados, em indivíduos jovens e saudáveis, níveis de pressão intra-arterial superiores a 400/250 mmHg sem causar danos à saúde.
Em resumo, pode-se dizer que durante um período de exercício, o corpo humano sofre adaptações cardiovasculares e respiratórias a fim de atender às demandas aumentadas dos músculos ativos e, à medida que essas adaptações são repetidas, ocorrem modificações nesses músculos, permitindo que o organismo melhore o seu desempenho. Entram em ação processos fisiológicos e metabólicos, otimizando a distribuição de oxigênio pelos tecidos em atividade. Portanto, os mecanismos que norteiam a queda pressórica pós-treinamento físico estão relacionados a fatores hemodinâmicos, humorais e neurais.”
Conclui-se, então, que a prática de atividades físicas regulares auxiliam na regulação da homeostase, uma vez que seus resultados e suas consequências interferem de várias e diversas formas no organismo.

Bibliografias:
Postado por Patricia Kaipper


quarta-feira, 25 de maio de 2011

O alívio de tensões emocionais
Como funciona no organismo?
   O estresse é hoje um dos maiores problemas da sociedade moderna. Ao mesmo tempo em que promove adaptações a diferentes situações, em níveis elevados ou se mantido por longos períodos promove profundas alterações fisiológicas no corpo humano, principalmente hormonais.A ação do estresse no corpo humano tem três estágios: alarme, resistência e exaustão, em que respostas hormonais e neurais estão envolvidas na tentativa de restabelecer a manutenção da homeostase.
  Na fase de alarme, que corresponde ao estresse agudo, a resposta simpática de luta ou fuga é ativada. Essa fase é defensiva e antiinflamatória, porém autolimitada.O hipotálamo secreta o CRH (hormônio liberador de corticotropina) para estimular a hipófise a secretar o ACTH (hormônio adrenocorticotrópico) que entra na corrente sanguínea e estimula o córtex adrenal a aumentar a secreção de catecolaminas e glicocorticóides. Nessa fase as respostas corporais entram em estado de prontidão, alerta.Não somente o ACTH, mas também a prolactina é liberada constantemente pela hipófise anterior em situações de estresse.
   Se o estressor continuar em ação entra-se na fase de resistência em que os parâmetros de normalidade do organismo são alterados na tentativa de adaptar-se ao estressor nocivo. A duração dessa fase depende da intensidade do estresse. Nessa fase a atividade do cortisol ainda está aumentada.
   A fase de exaustão é atingida quando o organismo fica sob estresse por um período prolongado, o que sobrecarrega o sistema imunológico diminuindo sua capacidade de adaptação, homeostase.

   A relação do exercício físico com o estresse está na questão de que o exercício físico é um agente estressor (tanto em seres humanos quanto em animais). Os exercícios de alta intensidade reduzem a serotonina cerebral (a qual está envolvida na regulação de estados de humor,comportamentos prazerosos e do sono - aumento da atividade serotoninérgica durante o estresse diminui a secreção de serotonina [5-HT]), aumentando o estresse pelo desequilíbrio entre síntese e degradação e a atividade de biomarcadores hormonais do estresse, os quais respondem ao esforço como o cortisol, ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) e catecolaminas. Em exercícios realizados por pessoas com consumo máximo de oxigênio maior que 60% do VO2max a secreção de cortisol e ACTH é proporcional a intensidade do exercício (todo esse processo está intimamente ligado à uma atividade aumentada e prolongada do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal - HHA).  Conclusão: a prática de exercícios físicos faz com que o organismo libere substâncias bioquímicas com poder analgésico, permite e induz o corpo à uma respiração mais profunda (quando se está estressado, a respiração é curta e insuficiente) e melhora o humor das pessoas (Segundo pesquisas, pessoas que se exercitam três vezes por semana estão menos propensas a ter humor depressivo: "Quatro meses de exercícos aeróbios funcionam tão bem quanto drogas anti depressivas no tratamento dos sintomas dos pacientes"- Donna Kritz Silverstein, Universidade da Califórnia).
   Enfim, a atividade física de baixa ou moderada intensidade, assim como o nível de treinabilidade do indivíduo é capaz de minimizar o estresse e seus efeitos negativos no organismo. Ela proporciona sensações de prazer, autocontrole e, quando praticada regularmente, pode mesmo ajudar a controlar as dependências. Desta forma, praticando exercício físico, pode-se apostar na  saúde e  contribuir para a prevenção e redução dos níveis do estresse.




Postado por Giuliana M. Moura

Benefícios das atividades físicas em geral

     Todos sabem que para viver bem é preciso ter saúde, a qual é dependente de duas coisas: da constituição genética e de fatores ambientais. Como o foco do blog é o exercício físico, a abordagem será voltada para os fatores ambientais, os quais se incluem exercícios físicos ao lado da boa alimentação, da higiene, das imunizações, da vida em ambiente saudável, do sono e da recuperação adequada dos esforços físicos e mentais.
   Consideração de importância é a de que os benefícios do exercício são comuns a todos os tipos de atividade física, esportiva ou laborativa, desde que os esforços não sejam excessivos em relação à condição física da pessoa. O exercício é uma forma de sobrecarga para o organismo. Sobrecargas bem dosadas estimulam adaptações de aprimoramento funcional de todos os órgãos envolvidos, mas quando excessivas, produzem lesões ou deterioração da função. O sedentarismo caracteriza-se por uma ausência de sobrecargas para todo o sistema neuro-músculo-esquelético e metabólico, levando ao enfraquecimento progressivo de estruturas com funções biomecânicas e a alterações funcionais que estatisticamente se correlacionam com maior incidência ou gravidade de doenças. Com base em estudos epidemiológicos e fisiopatológicos, formou-se o consenso de que os exercícios estimulam a saúde em diversos aspectos (seus mecanismos de funcionamento no corpo serão explicados nas postagens seguintes):
  1. Alívio de tensões emocionais: a atividade física é reconhecida como uma forma eficiente de aliviar o stress emocional, diminuindo assim um importante fator de risco para diversas doenças crônicas.
  2. Melhora da composição sanguínea: os exercícios em geral tendem a normalizar os níveis de glicose, gorduras e diversas outras substâncias no sangue, que podem estar alterados e trazer riscos aos portadores, além de reduzir a pressão arterial ( pessoas ativas fisicamente tendem a ter níveis pressóricos mais baixos, e os exercícios em geral auxiliam a diminuir a pressão arterial dos hipertensos).
  3. Estímulo ao emagrecimento: qualquer tipo de exercício estimula a redução da gordura corporal, diminuindo assim a possibilidade da pessoa desenvolver doenças como a aterosclerose, o diabetes e outras.
  4. Aumento da densidade óssea: o sedentarismo leva à uma diminuição progressiva da resistência óssea, aumentando o risco de fraturas, e os exercícios físicos constituem recurso de alta relevância para evitar e reverter essa situação.
  5. Aumento da massa muscular: a atividade física habitual leva à um aumento do volume e força dos músculos, protegendo as articulações e favorecendo a aptidão física.
  6. Desenvolvimento da aptidão física: os exercícios aumentam a capacidade das pessoas realizarem esforços, permitindo assim maior autonomia motora, condição conhecida como boa qualidade de vida.
Postado por Giuliana M. Moura

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Introdução

   A prática de exercícios físicos contribui para diversas melhorias físicas e biológicas dos seres humanos. Ela é importante para a manutenção da saúde, prevenindo e, até mesmo, curando doenças. O exercício é comumente relacionado à nutrição por ter em vista a maior eficiência metabólica quando unida a uma boa alimentação. Dessa forma, exercícios e bioquímica estão interligados de maneira que o metabolismo humano possa ser estudado durante o exercício. Todas as reações que se dão no organismo no momento em que se pratica exercício físico serão explicadas nesse blog ao longo do semestre. Esperamos que todos se interessem e sintam-se motivados para melhorar a saúde com uma simples atitude: se exercitando.