segunda-feira, 20 de junho de 2011

Musculação

Introdução à Musculação

Musculação ou treinamento com pesos é um tipo de exercício resistido com variáveis de carga, amplitude, tempo de contração e velocidade controláveis. A possibilidade de controle de tantas variáveis torna a musculação uma atividade física altamente versátil que pode ser praticada por pessoas de diferentes idades, com diferentes objetivos (ex: emagrecimento, hipertrofia, condicionamento físico, entre outros). A musculação é praticada, geralmente, em academias.

A idéia da musculação é trabalhar todos os grupos musculares através de um programa desenvolvido exclusivamente para um indivíduo, baseando-se nos objetivos desejados e levando em consideração a situação do mesmo. Para isso, é feita uma anamnese prévia para se conhecer melhor o quadro de saúde do praticante, visando prevenir acidentes e chegar ao objetivo da forma mais saudável e segura possível.

O treinamento com pesos é, normalmente, um exercício de média- curta duração, algo em torno de 30 a 60 minutos, dividido em séries que não duram mais que 1 minuto, seguida de um descanso com mais ou menos o mesmo tempo. Por este motivo, a musculação é, com algumas exceções, uma atividade anaeróbica.

Contração muscular e metabolismo anaeróbico

Os músculos são órgãos constituídos principalmente por tecido muscular,
especializados em contrair e realizar movimentos, geralmente em resposta a um
estímulo nervoso. Os músculos podem ser formados por três tipos de tecido muscular: estriado esquelético, liso e estriado cardíaco.

Os músculos esqueléticos geram a força que deve ser transmitida a um osso através da junção músculo-tendão.

A contração muscular gera movimento, este depende da conversão de energia química do ATP em energia mecânica pela ação dos músculos esqueléticos.

As células musculares dispõem de uma pequena reserva de moléculas de ATP que utilizam para obterem a energia de que necessitam, visando manter a sua estrutura e contraírem-se.

Esta pequena reserva costuma ser utilizada em situações de repouso e durante os primeiros segundos após o início da contração. Todavia, após estes primeiros segundos, a pequena reserva esgota-se, obrigando a ativação de mecanismos específicos para obter mais moléculas de ATP e para poder dispor de mais energia.

 A obtenção de moléculas de ATP realiza-se através de um processo inverso ao do desdobramento desta molécula, ou seja, realiza-se a partir da união ou junção de uma molécula de ADP com outra de ácido fosfórico. Esta junção, que implica um consumo de energia inferior ao que será depois necessário durante a divisão da nova molécula de ATP obtida, pode ser realizada através de dois tipos de processos: um anaeróbio, que não necessita da presença de oxigênio, e outro aeróbio, no qual é indispensável a assimilação deste gás proveniente da circulação sanguínea.

As fibras musculares costumam "construir" as moléculas de ATP a partir da combustão ou oxidação dos nutrientes que armazenam no seu interior através de um processo aeróbio, ou seja, mediante um processo que necessita da presença de oxigênio. Todavia, como a assimilação de oxigênio a partir da circulação sanguínea, durante os primeiros dois minutos de exercício físico (caso da musculação), o tempo que o aparelho cardiorrespiratório necessita para se adaptar completamente às necessidades, é muito reduzido, as fibras musculares, durante a fase inicial do exercício físico, obtêm o ATP de que necessitam a partir de dois mecanismos anaeróbios em que, como já foi mencionado, não é necessária a presença de oxigênio: o da fosfocreatina e o da glicogenólise anaeróbia.

Mecanismo da fosfocreatina: a fosfocreatina é uma substância composta por uma molécula de creatina e outra de ácido fosfórico armazenada no interior das fibras musculares, que participa no primeiro mecanismo destinado a obter moléculas de ATP e, consequentemente, energia, perante necessidades repentinas. O mecanismo da fosfocreatina é ativado no preciso momento em que a contração da fibra muscular se inicia e consiste no desdobramento desta substância numa molécula de creatina e noutra de ácido fosfórico e na posterior junção desta molécula e de outra de ADP, de modo a formar uma nova molécula de ATP. Embora este mecanismo seja muito eficaz no início da contração, o depósito de fosfocreatina acaba igualmente por se esgotar, obrigando a fibra muscular a recorrer a outro dos seus processos anaeróbios, com vista a obter mais moléculas de ATP.

Mecanismo da glicogenólise anaeróbia: este segundo processo anaeróbio consiste na progressiva degradação do glicogênio armazenado no interior das fibras musculares.
O glicogênio é um carboidrato complexo armazenado no tecido muscular precisamente como fonte de energia. Este mecanismo, mais complexo do que o da fosfocreatina, consiste na degradação das moléculas de glicogênio, de modo a proporcionar a obtenção de energia que permita a 2 junções das moléculas de ácido fosfórico com outras de ADP, para que no final do processo se obtenham duas moléculas de ATP e, como produtos residuais, duas moléculas de água e outras duas de ácido láctico. Embora a glicólise anaeróbia possibilite a obtenção da energia necessária para realizar esforços repentinos e intensos, cerca de quarenta segundos após este tipo de atividade, a sua relevância diminui, já que após o dito período de tempo o aparelho cardiorrespiratório começa a adaptar-se ao exercício físico e a transportar uma quantidade mais significativa de oxigênio para o tecido muscular. Além disso, a velocidade da eliminação do ácido láctico provocado por este processo é menor do que a velocidade de produção, pois tem tendência para se acumular e, consequentemente, para se tornar tóxico.

O objetivo desse post é fazer uma breve introdução ao assunto. Nos próximos desvendaremos alguns conceitos como hipertrofia do tecido muscular, recuperação após exercício resistido, suplementação entre outros.

Referências Bibliográficas:

MAUGHAN, R; GLESSON, M; GREENHAFF, L. P. Bioquímica do Exercício e do Treinamento. 1º edição brasileira. São Paulo. Editora Manole, 2000.

McARDLE, W. D; KATCH, F. I; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício – Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 5º edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara Koogan, 2003.

TORRES, B. B. Nutrição e Esporte uma abordagem bioquímica - Departamento de Bioquímica, Instituto de Química USP, 2003.

Postado por: Daniel Miranda Galvão  11/0027230

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