quarta-feira, 6 de julho de 2011

Exercícios aeróbios e anaeróbios

AERÓBIOS

     Em geral, os exercícios aeróbicos estão relacionados ao modo como se dá o transporte e a utilização de oxigênio no nosso organismo. Esses tipos de exercícios são caracterizados por serem de longa duração, contínuos e com intensidade baixa ou moderada.
    O mecanismo aeróbio mais importante é a glicólise aeróbia, um processo muito complexo em que a progressiva degradação da glicose é realizada com a presença de oxigênio proveniente da circulação sanguínea. Este processo fornece dez vezes mais energia do que os mecanismos anaeróbios e tem a vantagem de não gerar substâncias residuais tóxicas, como o ácido lático, formando apenas moléculas de ácido carbônico, rapidamente eliminadas sob a forma de dióxido de carbono com o ar expirado, e água.
     Como se dá esse processo?
    No início, cada molécula de glicose degradada é composta por 6 átomos de oxigênio, 36 moléculas de ácido fosfórico e 36 de ADP. No final do processo, é possível obter 6 moléculas de dióxido de carbono, 42 de água e 36 de ATP. Após a adaptação do aparelho cardiorrespiratório ao exercício físico, o principal mecanismo de obtenção de energia consiste na gliconeogênese , a qual acontece a partir do momento em que as reservas de glicogênio do tecido muscular e hepático começam a se esgotar. A partir deste momento, as fibras musculares começam a construir moléculas de ATP através da degradação das moléculas provenientes do tecido adiposo (lipólise). O triacilglicerol é degradado pela LPL, originando 3 ácidos graxos e 1 glicerol. Os ácidos graxos serão degradados a partir da b-oxidação(ocorre na mitocôndria) , tendo como produto final acetil-CoA a partir da enzima TIOLASE, o qual entrará no Ciclo de Krebs pra geração de ATP. O glicerol vai ser destinado à via glicolítica que, após oxidado, vira diidroxiacetonafosfato e libera elétrons para a cadeia de transporte de elétrons, a qual tbm gera ATP.
     Com a utilização de grande quantidade de O2 nas atividades aeróbicas, o metabolismo muda em diversos aspectos: o número e tamanho das mitocôndrias, onde ocorre a síntese de ATP (adenosina trifosfato, a qual conserva a energia potencial do alimento e transfere sua energia química para acionar o trabalho biológico), aumentam (segundo pesquisadores, pessoas que praticam exercícios regularmente têm sua quantidade de mitocôndrias aumentada em até 120%); as funções cardiorrespiratória (aumenta a capacidade cardíaca e pulmonar para suprir de energia o músculo a partir do consumo do oxigênio ) e vascular (com a contração muscular durante uma caminhada, por exemplo, o retorno venoso é potencializado) melhoram e ocorre o metabolismo de gordura durante o exercício (a atividade da lipase lipoproteica LPL- responsável por retirar os triglicerídeos do sangue e hidrolisá-los em ácidos graxos e gliceróis- também é intensificada pelo condicionamento, permitindo maior captação da VLDL circulante para oxidação no músculo durante o trabalho), embora não seja uma quantidade tão significativa em vista da quantidade de gordura corporal.

ANAERÓBIOS

     Nesse tipo de exercício, as fibras musculares, durante a fase inicial da atividade física, obtêm o ATP de que necessitam a partir de dois mecanismos anaeróbios, em que não é necessária a presença de oxigênio: o da fosfocreatina (como já mencionado no post anterior “Introdução à musculação”, seu mecanismo é ativado no momento em que a contração da fibra muscular se inicia e consiste na quebra desta substância numa molécula de creatina e em outra de ácido fosfórico, ocasionando na futura junção desta molécula com outra de ADP, de modo a formar uma nova molécula de ATP – reação catalisada pela enzima creatina cinase CK; fonte com duração de apenas alguns segundos, no máx. 10s;anaeróbio ALÁTICO;) e o da glicogenólise anaeróbia (mais complexo do que o da fosfocreatina, consiste na degradação das moléculas de glicogênio, de modo a proporcionar a obtenção de duas moléculas de ATP e, como resíduos, duas moléculas de água e outras duas de ácido lático; anaeróbio LÁTICO).OBSERVAÇÃO: É importante citar que  o corpo armazena somente 80 a 100g de ATP em qualquer momento, o que é suficiente para acionar vários segundos de exercício máximo explosivo.
     É um exercício intenso, de curta duração e intervalado,devido à impossibilidade de sustentá-lo por longo período, pois as fontes se esgotam rapidamente.
   Embora a glicogenólise anaeróbia possibilite a obtenção da energia necessária para realizar esforços repentinos e intensos, ela só é efetiva nos primeiros 40 segundos da atividade física, já que, após esse período, o aparelho cardiorrespiratório começa a adaptar-se ao exercício físico e a transportar uma quantidade maior de oxigênio para os músculos. Além disso, a velocidade da eliminação do ácido lático é menor do que a velocidade de produção, acumulando-se e, consequentemente, se tornando tóxico para o organismo (causador da fadiga muscular).
     Essa fadiga muscular é caracterizada pela interferência neuromuscular e muscular, fazendo com que a pessoa não tenha força suficiente para a contração muscular.
      Interferência Neuromuscular
     O lactato acumulado invade a fenda sináptica. Esse tipo de fadiga parece ser mais comum nas unidades motoras de contração rápida. A incapacidade da junção neuromuscular em retransmitir os impulsos nervosos para as fibras musculares é devida, provavelmente, a uma menor liberação do transmissor químico ACETILCOLINA por parte das terminações nervosas, devido à acidificação do líquido intersticial e alteração das estruturas protéicas (receptores de acetilcolina) pela ação dos H+.
     Interferência Muscular
    A acidose altera a permeabilidade do retículo, diminuindo a condutância de Ca2+. Há uma menor liberação de Ca2+ pelo retículo sarcoplasmático e redução na capacidade de ligação Ca2+ -troponina, em virtude do aumento na concentração de H+ causada pelo acúmulo de ácido lático.OBS.: O acúmulo de corpos cetônicos e de amônia leva à inibição da contração muscular, de maneira semelhante à que ocorre com o ácido láctico, explicando assim a fadiga muscular aeróbia.
    O treinamento de resistência aumenta a massa magra, somando-se à taxa metabólica em repouso (TMR) e à capacidade de utilizar mais da ingestão de energia, aumenta a densidade óssea, além dos benefícios fisiológicos, como maior inibição do centro de saciedade ventro-medial-hipotalâmica e da sensação de bem-estar.
    Com relação à proporcionalidade da TMR e a quantidade de massa magra, alguns pesquisadores afirmam que o aumento de oxidação de gorduras em indivíduos treinados é facilitada pela morfologia e adaptações enzimáticas do músculo esquelético que ocorre após o treinamento. O exercício contra resistido reflete uma grande contribuição das gorduras para o fornecimento de energia durante o período de repouso, assim como outros tipos de exercícios de alta intensidade, as gorduras fazem a ressíntese do glicogênio.




Bibliografia: http://www.medipedia.pt/home/home.php?module=artigoEnc&id=436

Postador por Giuliana M. Moura

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